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Entrevista com Paula Carvalho, repórter da revista Bravo!

Na aula de webjornalismo, o professor propôs que entrevistássemos um profissional que trabalha com informação na web, para aprendermos mais sobre o tema e tirar dúvidas em relação ao que aprendemos em aula. Eu falei com a repórter da revista Bravo! Paula Carvalho. Ela é formada pela Faculdade Cásper Líbero, trabalhou como editora da homepage do Estadão e como repórter nas editorias de política e internacional. Você já trabalhou no Estadão. Lá você fazia matérias para o impresso ou pra internet também?  Trabalhei lá por 3 anos, mais ou menos. Em 2012 como estagiária e depois de 2013 a 2015 como repórter. Trabalhei basicamente com a edição da home, mas também fazia matérias para o impresso/internet. Mas não era minha função principal. Quando fiz, era meio que um trabalho extra. Exceto quando fui estagiária e passei por várias editorias – aí o trabalho era fazer pautas mesmo. Se tiver interesse em ler alguma coisa, eu costumava juntar nesse clippings .  É mais difícil produzir

Arte urbana ao som de Carlos Gardel em Buenos Aires*

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“Vai ficar aqui mesmo? Não tem nada muito interessante nesses lados da cidade”, disse o taxista ao me deixar na Libertador com Bullrich, em Buenos Aires. “Sim, aqui mesmo, obrigada”, eu disse, mesmo sem muita certeza de que estaria no lugar certo. Parte de viajar é isso: não ter muita certeza e se achar sozinho, porque você só se encontra quando se perde. Mas eu estava mesmo no lugar e hora exatos. Logo vi um carro todo colorido parado quase embaixo da ponte da avenida. Lá estava o meu entrevistado, um dos grandes artistas de rua da Argentina e pioneiro na atividade, Alfredo Segatori. Muitas pessoas, desde senhoras bem vestidas até jovens com suas calças largas e bonés, paravam para observar o trabalho de Alfredo. Eu não era a única que queria as palavras dele, e tive que ir aproveitando o que ele contava aos outros também. As pessoas têm um interesse imenso e muito respeito pela arte de rua na Argentina. Uma das curiosas era uma garota que parecia ter a minha idade. Pelo

Histórias que habitam os muros coloridos de Buenos Aires

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Arte de rua na Argentina é mais valorizada que no Brasil O artista Argentino Alfredo Segatori foi responsável por pintar o maior mural da América do Sul por um único artista Muro no centro de Buenos Aires. Foto: Larissa Bezerra O artista plástico venezuelano, Juvenal Ravelo, costuma dizer que “a arte na rua, como o sol, sai para todos.” E é ao som de tango, que o argentino Alfredo Segatori, colore as ruas de Buenos Aires, iluminando os muros e as ruas em um dia nublado. “É fundamental ter música. Sou um militante a favor da arte em geral no espaço público, não só da pintura”, conta sem deixar o pincel de lado. Não está nem na metade do mural na avenida Libertador com Bullrich, mas várias pessoas, de todas as idades, passam para observar, felicitar Alfredo e perguntar se as obras dos muros ao lado também são dele, que responde, com um sorriso no rosto, que foi ele quem fez. O início de Alfredo com o grafite, está totalmente ligado ao Brasil. Apesar de tudo ter

“Como era possível que nesse lugar nascessem crianças?”

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“Como era possível que nesse lugar nascessem crianças?” A pergunta, como um eco na minha cabeça, faz o coração ficar apertado diante das salas minúsculas e das descrições das circunstâncias em que as pessoas eram tratadas ali. E eu repito, a cada passo: como é possível que nesse lugar nascessem crianças?  Esse lugar é o ex “Casino de Oficiales”, prédio da ESMA (Escuela Mecánica de la Armada) um centro clandestino de detenção, tortura e extermínio da ditadura argentina (1976-1983).  O chão do corredor foi feito mais tarde - quando o lugar se tornou uma espécie de museu - com madeira para que passassem os visitantes. Mas as pequenas salinhas, ainda conservam o piso da época. Dentro de cada uma é possível ver depoimentos, cartas, bilhetes e desenhos das vítimas. Além disso, se você começa a pensar um pouquinho em tudo aquilo, consegue ver muito mais.  Eu vejo que o chão cinzento está molhado. São lágrimas demais. De desespero, de dor, de incerteza, de saudade, de medo. E

'Muitas pessoas conhecem meu trabalho e fico feliz por isso', diz DJ Hum*

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Neste sábado (25), Maringá recebe uma das lendas da música nacional, principalmente na cena hip hop. Humberto Martins Arruda, o DJ Hum, se apresenta no Tribo’s Bar, às 23 horas, pelo baile 16 Toneladas. É a segunda vez que Hum participa da festa. Em março do ano passado ele também marcou presença. O DJ é pioneiro na discotecagem brasileira. Começou a fazer os bailes em São Paulo, onde misturava samba rock, hip hop, soul, blues, entre outros gêneros. Ele formou dupla com o rapper Thaíde, até o final dos anos 90, com quem lançou nove discos. Entre as músicas mais conhecidas está “Sr. Tempo Bom”. O 16 Toneladas é organizado pelo DJ Danilo Donato e seu sócio DJ Estêvão, desde outubro de 2013. Eles também comandam as pick ups nesta noite. Para Danilo, é uma satisfação muito grande receber o DJ Hum. “Ele é um dos meus heróis, um ídolo mesmo para mim, por tudo que ele fez pelo hip hop e pela cultura DJ, então me sinto muito feliz em poder estar no mesmo palco que ele”, diz. N

Romance 'Desesterro' honra as mulheres, vivas ou mortas*

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O romance "Desesterro" (Editora Record, 304 páginas, R$ 39,90) não é apenas uma história que brinca com o leitor de não deixar claro o que é sonho e o que é realidade. Entre misturas de pesadelos, misticismo, morte e mulheres marcantes, tudo é real e tudo é sonho em Vila Marta e Vilaboinha – os palcos da narrativa. O livro é também o "sonho das páginas próprias", como define a própria autora, Sheyla Smanioto. Cheio de originalidade e lirismo, o primeiro romance publicado da escritora de Diadema é um soco no estômago, no melhor dos sentidos. Às vezes sombrio, às vezes ecoando esperança em cada frase, "Desesterro" foi digno do Prêmio Sesc de Literatura em 2015. "Já escrevi outros, mas esse é o primeiro que eu escrevi querendo encontrar leitores, ser lida, ecoar além dos meus cadernos", conta Sheyla. A ideia surgiu quando ela percebeu que a vida que conhecia não constava na literatura ou não era abordada da perspectiva da periferia e da

'Nise é um exemplo para o Brasil e o filme é muito bom', diz diretor Roberto Berliner*

O filme “Nise – O Coração da Loucura” esteve mais de um mês em cartaz em Maringá. Muito mais que a média de muitos filmes nacionais. Mas não é só isso que chama atenção. A história da médica brasileira Nise da Silveira, interpretada por Gloria Pires, já é, por si só, motivo para provocar curiosidade. Nise ficou presa um ano e meio por possuir livros marxistas e após o retorno ao hospital psiquiátrico onde trabalhava, não aceitou tratamentos violentos para os pacientes com doenças mentais, como eletrochoques e lobotomia. Mesmo com uma enorme resistência dos demais profissionais, ela adotou métodos mais humanistas para os tratamentos, como a pintura. Por essas práticas, ficou conhecida em vários países. O carioca Roberto Berliner, diretor do filme, já foi responsável pelo documentário “A Pessoa é Para o Que Nasce”, de 2005 e também já participou da produção de “Bruna Surfistinha”, 2011. Em entrevista a O Diário, Berliner afirmou que diante da importância de Nise e de sua históri